Iluminação e Arquitectura
A luz sempre desempenhou um papel crucial na arquitectura. Grandes civilizações orientaram e projectaram os seus edifícios em função da orientação solar, tirando proveito máximo da dicotomia sol e sombra, realçando formas, relevos e volumes.
Tochas, velas, candeeiros a petróleo, deixaram igualmente a sua marca na forma de projectar um edifício, mas foi com o surgimento e a popularização da lâmpada de Thomas Edison que um novo paradigma surgiu. Ter o poder de orientar, cronometrar e localizar uma fonte de luz potente, sem depender única e exclusivamente do sol, revelou-se uma das maiores revoluções até então. As actividades industriais prolongaram-se para além do entardecer, as ruas tornaram-se mais seguras, as casas mais habitáveis, os ambientes mais controlados.
Nos anos 70 a eficiência energética foi tida em conta com o surgimento da lâmpada fluorescente. Emitir muita luz a um baixo consumo tornou-se uma realidade adoptada por muitos, inclusivé pelo mercado português. Quem não tem memória ou ainda presente em sua casa uma candeeiro com lâmpadas fluorescentes na cozinha?
O século XXI trouxe consigo novas formas de encarar a eficiência energética. Uma crescente preocupação ambiental impôs-se como um princípio de preferência e, as lâmpadas de LED vieram dar resposta às exigências deste novo consumidor. Duráveis e com baixíssimo consumo energético, surgem no mercado como a melhor alternativa às lâmpadas outrora convencionais. Graças à sua flexibilidade e dimensões variadas provocam uma verdadeira transformação na forma de pensar e projectar a arquitectura. Outrora usada como um simples elemento decorativo, materializando-se sobretudo através do uso de candeeiros, atualmente a iluminação artificial tem apenas o nome. A forma como se funde com os edifícios, como lhes dá corpo e dimensão dão à iluminação LED um lugar de destaque no pódio dos elementos arquitectónicos.
Vilma Cunha Rocha
Arquitecta
A autora não escreve segundo o AO90.